Certa vez o magnífico Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos, disse quando estava por defrontar o Utah Jazz, pelas finais da NBA, no ginásio Delta Center, na cidade de Salt Lake City, em Utah, que os playoff's e finais da NBA tinham um paradigma: "são esses jogos que definem os homens e as crianças".
Ao observar o início da jornada da Liga Sagres neste último final de semana, lembrei-me da fase deste mito. O blog tem intenções de comentar sobre o futebol do Dragão, mas não dá para imaginarmos num mundo bolha, sem olhar e analisar os nossos adversários, os clubes co-irmãos e bem, tá, a turma de sempre, aquela da fauna exótica que vive nos anos 60 e 50, respectivamente, ainda a tocar violinos e a soltar ruídos de pantera.
Tive a certeza que ao ouvir a transmissão do jogo do FC Porto pela Rádio Renascença, neste domingo, o time nortenho adquiriria o perfil descrito por Jordan quando teve que medir forças contra o time rival na NBA.
Prova que a torcida está com o time foi a nota divulgada de que mais de 34.000 adeptos adentraram ao Dragão para acompanhar o FC Porto. Que time num campeonato deficitário como é a Liga Portuguesa, que além do déficit, mostra um festival de marginais no apito, leva tantos a sua casa? Somente os dragões.
O jogo lembrou-me aquele clipe da música dos Balla, que eles gravaram dentro de um auto-carro. A equipe sadina preferiu estacionar a frente de sua defesa e praticar o anti-jogo, tão em moda em Portugal.
Coube aos comandados de Jesualdo terem alguns erros crassos de passes na primeira etapa e um poder de penetração insípido em certos momentos para que nós achássemos que a vitória poderia escapar de nossas mãos. Na etapa derradeira, eis que surge Lisandro López, o grandioso Licha, a guardar duas bolas na cidadela do Setúbal e decretar o óbvio no Dragão, de que estamos a apenas 3 vitórias de um tetracampeonato que tentam macular a todo instante.
A ressaltar a prestação excelente de Cissokho nesta partida. O jovem vindo da Gália a cada dia mostra a versatilidade que se exige de um bom lateral: atacar com eficiência e defender com obstinação.
A tirar minha paciência, a eterna procura por veículos em que eu possa acompanhar com tamanha isenção a jornada do futebol luso no final de semana.